Monday, December 31, 2007

Meu porta Curtas

Curta nº01 (É birra comigo, ou esse tal de blog não anda aceitando edições do tipo "ponto, parágrafo, na outra linha?. Hunf!) Clique na imagem e conheça:
Ficha Técnica Produção Ítalo Cajueiro; Fotografia André Cajueiro, Ítalo Cajueiro Roteiro J. Borges;Direção de Arte Ítalo Cajueiro; Animação Ítalo Cajueiro; Produção Executiva Ítalo Cajueiro; Montagem Elvis Kleber, Ítalo Cajueiro;Música Lito Pereira;
Prêmios Melhor Roteiro de Animação no Cine PE 2004
Prêmio UNESCO no Festival de Cinema de São Luís 2004
Melhor Trilha Sonora no Mostra ABCD - Brasília 2004
Melhor Trilha Sonora no Festival de Belém 2004

Friday, December 07, 2007

Sunday, December 02, 2007

Sobre "Yes, nós temos bananas"

Domingo...
de muito sol e pelo menos duas pessoas trabalhando: Lindoviski lá longe e eu , escrevendo a matéria da Sigatoka Negra. Não, ela não é uma cantora rapper negra. É uma doença que acomete BANANEIRAS! E eu que falava em vida social....

Sobre a volta da "vida social"

Casa de Alice: Filme sobre dramas de uma família de classe média baixa. Casa de Alice é a primeira obra ficcional do documentarista Chico Teixeira. Na minha opinião, relativamente ficcional. Os personagens, os cenários, as relações humanas nesse filme são tão reais que pra mim, ele tem muito, mas muito de documental!

Thursday, November 01, 2007

Sobre, ou melhor sob o sol escaldante

01
O velho e surrado ônibus amarelo da viação Ouro Verde deslizava a rodovia D.Pedro debaixo do escaldante sol do meio-dia. Não, talvez o relógio já marcasse treze horas, mas o calor alaranjado de cidade do interior teimava em presentear a vida com um sol de meio-dia. Suava. Aquele homem surgira do nada.Era moreno, alto, forte de ombros robustos.Acho que tinha uns 30, 40 anos.Ou mais, não sei.Só sei que ele surgira de lugar algum. Perambulava cabisbaixo pelo acostamento da rodovia de asfalto quente.Levanta a cabeça e ergue o braço. Sinal pro ônibus parar. O motorista, mesmo com a proibição de coletar passageiros fora do ônibus pára.
"Como poderia deixar uma pessoa no meio de uma estrada. E ainda com aquele sol quente!!! Como poderia? É não ter coração!!"
Abre-se a porta.Plac!! Um saco plástico transparente é lançado pra dentro do ônibus.
"Estes são os meus documentos.Vou me matar.Obrigado por parar motorista"
Calmamente o moço segue pela lateral do ônibus.Apesar dos passos calmos, os olhos e a pele seca exalavam pânico. O motorista levanta-se pálido.
"Esse moço vai se matar"
Os passageiros se assutam e levantam-se acompanhando o moço que atravessava as duas mãos da rodovia calmamente.Um, dois, três carros desviam enquanto mulheres e crianças gritavam assustadas no ônibus. O motorista, desesperado, grita para que o moço voltasse. O homem, que já atravessara a rodovia e entrava pela mata, virou-se. Olhou o motorista que acenava. Seguiu seu rumo. Ao pereceber a inutilidade de seus gritos o motorista corre atrás do moço, que já seguia pelo matagal de folhas altas e amareladas da área militar. O motorista adentra a mata, mas não encontra o moço. Tirei os fones do mp3, que nesse momento tocava sabe lá qual música (e quem poderia ouvir música naquela momento)e liguei para a polícia.
"Calma moça, já estamos indo aí"!!"Ele vai se matar, ele vai.Os olhos dele.Ele está deseperado..venha logo por favor".
Eles demoraram. Muito. Tanto que o ônibus teve que seguir, deixando o fiscal da empresa de ônibus com o saco com os documentos daquele senhor. No saco plástico, RG, Cartões de Crédito, carteira de trabalho e um curioso contrato de compra e venda de uma propriedade. Um contrato de compra e venda. O que ele queria dizer com isso. Qual a história que ele suplicava que entendessemos? Valdir. Tinha 35 anos. Era motorista de ônibus e mês passado recebeu aumento de salário.Era de Sergipe. Os contatos, telefones num pequeno papel era "de mãe", irmã, fulano...todos números com prefixo oitenta e alguma coisa. Talvez ele fosse só. Talvez quisesse voltar. Talvez não. E o contrato? O que era aquele contrato. Minha curiosidade segue. Não ficou pra trás junto com as imagens e sensações do sol escaldante daquele domingo seco. Se ele queria mesmo se matar? Concordo que não. Talvez ele só queria uma coisa, ele pedia...Socorro.

Friday, October 05, 2007

Sobre visões da minha janela no trabalho

Pequenices ...
Em meio a uma mesa lotada de trabalho eis que "escuto" essas imagens. Ali, paisagens da minha janela..
Imaginem o som desses pequenos brincando por entre o tronco e os cipós da nossa árvore centenária....
Beijos "Paratodos"

Tuesday, September 11, 2007

Sobre ele....

  • De tão especial
  • Gera medo
  • Confunde
  • Desequilibra
  • Reluta
  • Tenta não querer aquilo que quer
  • Às vezes..
  • O AMOR tem medo do AMOR

Friday, September 07, 2007

Sobre sonhos, cirandas e lembança

Som de flautas e zabumbas se aproximavam junto com o vento frio da tarde-quase-noite de Barão. As meninas, com seus chinelinhos rasteirinha dançavam cantigas que faziam nuvem de pó sobre o gramado seco da Unicamp. Enquanto a Menina de Lá tentava registrar a apresentação, ouvia as vozes pedindo pra que se dançassem em roda. Rapidamente se lembrou que a Moça da Saia Indiana amava aquilo, e por isso foi avisar a moça que descansava numa canga.

Assim, entraram na roda, que de tão grande se partiu em duas e, talvez de forma inconsciente, a Moça da Saia uniu a mão da Menina de Lá à mão dos Olhos de Lince.

Mãos unidas. Sorriram. E o azul dos olhos do rapaz se misturou a castanhas "janelinhas de ver" de Menina de Lá. Brincaram de roda, ao som da trupe que cantava..."eu ví mamãe oxum na cachoeira, sentada na beira do rio"...Rodaram, sentiam o vento do entardecer.Sentiam os sorrisos, a alegria e o calor do jovem em ciranda.Porém, num instante, a roda se partiu e os dois se perderam, enquanto dançavam livre no gramado.

Menina de Lá, se viu tomada por Coração de Anjo e pela Menina dos Cabelos Dourados, as meninas dos sorrisos mais lindos que chegavam trazendo doces...As três dançaram, se perdiam e se achavam no meio da multidão...

-Movimento, movimento, movimento.....

O som da banda rapidamente se perdeu e uma poeira se ergueu de fazendo com que a Trupe desaparecesse sem ninguém perceber.

As garotas se perderam, e Menina de Lá estava sozinha. E quando levantou o olhar, com esperanças de encontrar a Moça da Saia Indiana, notou que Olhos de Lince estava em sua frente. Os dois se olharam e se abraçaram.

- Quem é TU moça? Disse ele. .....

Texto publicado em 2005, lá no meu antigo fotolog (hoje local de experimentação e afins). A tal festa descrita aconteceu no dia 07 de setembro daquele ano e, curiosamente, toda essa magia verídica não me surpreendeu. Eu tinha sonhado com aquela ciranda, com uma das músicas (que eu nunca tinha escutado).Eu esperava. Só não esperava por "Olhos de Lince". Uma graça de rapaz. Doce biólogo.Lembranças...Queria muito que quem visita este blog conhecesse essa história que guardo no coração.... Beijos na alma....

Sunday, August 12, 2007

Sobre flashes, prêmios e bolinho de arroz...

Vida, vida e mais vida cansativa.

Entre o trabalho e a pausa pra comer os deliciosos bolinhos de arroz que ganhei da Dona Maria (na foto, a direita) companheira aqui do meu trabalho, regalo-me o direito de organizar umas palavras pra devagar no blog velho de guerra. A "Menina de lah" anda tão pra lá de Bagdá que mal consegue tempo pra postar ou pra dar uns pitecos nos blogs favoritos. Sabe como é, correria no trabalho, na faculdade, nas aulas de direção, em casa e nos cursos loucos que invento de fazer (mesmo sem ter nenhum segundo livre nesse pequeno intervalo de tempo de 24 horas!)

Ainda assim, com o blog cheio de pó e aranhazinhas tecendo teias, recebo a indicação para o prêmio Blog Cinco Estrelas e The Power of Schmooze Award!!!

Assim, me levanto da confortável poltrona do grande teatro da vida, subo ao palco com um super vestido de gala e um penteado extravagante nas minhas super madeiras, abro o seguinte bilhetinho:"Gostaria de agradecer a indicação de Yaya Botelho e Laís do Mundo de lá aos prêmios. Fico lisonjeada pela indicação ter sido feita pelas donas dos dois blogs que me servem de inspiração e de refugio no momento em que quero ler alguma coisa interessante e inteligente nesse mundo virtual".

A seguir, me viro para câmera 2 e em close (e com ar de "a mais linda do mundo") declamo as minhas indicações para os dois prêmios.

  1. Lá no mundo de lah (pela Claricice de Laís)
  2. Dueto de um (porque Sophie e Yayá é muito melhor Super Homem e Clark Kent!)
  3. Lis Upgrade (porque a contista consegue me deixar na dúvida se o verídico é fábula ou se a fábula é verídico)
  4. Casa Colorida de Kleine Feliz. (além de escrever maravilhosamente bem, é fantástico imagina-la diferente em cada post. Já pensei que ela era uma adolescente, uma criança, estudante, uma mulher solteira, casada...)

Saio em meio a aplausos e flashes!!! (Claro, tropeçando no vestido e no salto alto fino..)

Obrigada, obrigada!!

Falando de coisas glamurosas, lembrei do evento mais chique que participei no ano passado: o aniversário da Renatinha. Como nos comportamos bem, que must...

Tuesday, June 26, 2007

Sobre "Look Both Ways"

Tão difícil olhar pros dois lados. Às vezes parece que ficamos com torcicolo e teimamos em olhar só pra um lado!! Vai entender...

Filme sensível, feminino e lindo! E a atriz principal lembra a minha amiga Manu "Flor" Pagotto!

"Olhe para os Dois lados"

Austrália,2005.

Direção Sarah Watt

Em cartaz até amanhã no Cine Paradiso!!

Wednesday, June 13, 2007

Sobre ganhar uns quilinhos

O Bolo de Santo Antônio
Hoje é 13 de junho, dia de Santo Antônio.
A Diretora de um departamento aqui do meu trabalho trouxe pães e bolo da Igrejinha de Campinas que tem o Santo como padroeiro.
Eu não tô muito a fim de casar agora, mas para não desagradar o Santo e nem a Diretora, resolvi experimentar a iguaria que possuia como escudo, um parede formada por funcionários e funcionárias cendentas e gritadeiras por um pedaço da "fézinha" doce.
Assim, preguiçosamente (eram 9 horas da madrugada)levantei da minha-super-cadeira-giratória e escolhi "aquele" pedaço de bolo.
Aquele pedaço nem grande, nem pequeno. Nem muito branco, nem tão douradinho.Nada de pontas.O pedaço certo, aquele que te hipnotiza fazendo com que você tenha medo, que a pessoa da frente escolha o SEU pedaço, sabe?
Ao desgutar, me deparei com um delicioso pão-de-ló branquinho, formado por uma massa aerada, levemente adocicada e de coloração clara. Ah..ele estava umidecido com calda de coco e coberto por um divino e cremoso doce-de-leite.Simples e delicioso.Não aguentei e peguei mais um pedaço, depois outros e mais um...
Não sei se Santo Antônio quer que eu case, ou se ele quer mesmo que eu ganhe uns muitos quilinhos a mais.Sinceramente, acredito na segunda opção.Será(Ui!)? Ah, deixa pra lá...
Ah..falando em casamento eu não posso deixar de registrar a frase curiosa com a qual me deparei enquanto decupava uma matéria de tele sobre Casamento Precoce.
"-Pretendo viver com o meu marido mais uns 50 anos. Isso se JESUS não voltar antes!"
Nada contra religião, crenças ou seja lá o que for (viva as diferenças!).Mas confesso que fiquei assustada ao ouvir isso.Eu e todo o pessoal da redação.
Amén!

Tuesday, May 22, 2007

Sobre coisas que só uma amiga faz por você

Querida “Ina Coca-Cola”
Eu, “menina-de-lah guaraná”, prometo que todas as vezes que eu for filmar qualquer tipo de vídeo [seja curta, longa ou festa de aniversário] principalmente aqueles que exijam “eixos” (com direito a duas voltas de 360°), solicitarei a sua ilustre presença como Diretora de Fotografia.
Eu sei, minha amiga, que é meio incomodo passar uma tarde inteira repetindo diversas vezes o movimento de câmera com uma equipe atrás de você, até acertamos todo os detalhes da cena. E ainda, ter de andar a passos de Tai Chi Chuan para impedir que a câmera teimosa tremesse.A cena era necessária.
Mas você é a única pessoa que eu confio para filmar qualquer coisa que eu faça, já que você é aquela que tem a mesma visão chata e minuciosa que eu tenho a respeito da fotografia e coisa e tal.
Foi chato, amiga. Mas acho que valeu a pena.
E eu tenho que agradecer pela sua paciência, porque no final, a minha já tinha ido pras cucuias.
Beijos agradecidos!! “Menina-de-lah-Guaraná”

Monday, May 07, 2007

Sobre super 8 e a menina do beijo

9°Festival de Curta Super 8 de Campinas
Acompanhei a programação de sábado, lá no Museu de Arte de Som de Campinas(MIS).Assisti uma palestra e vários filmes.
O curta "Caminho em busca de um tempo" de Carlos Canela, ganhou os prêmios de melhor roteiro e melhor finalização de video. Ah, e ganhou o meu voto no jurí popular. O curta "João e Maria" (esse não assiti, mas sei que foi feito por um jornalista) e o "No fundo do poço" (esse é muito bom também) empataram e dividiram o prêmio de melhor filme!
Tudo muito inspirador pro meu roteirozinho!
E que viva e sobreviva a cultura em Campinas!!
A menina do Beijo (durante a mostra)
Me diga. O que você faria se uma menina mandasse um beijo pro seu namorado? Sim, um beijo. Daqueles em que, em câmera lenta, a gente junta os dedinhos nos lábios vermelhos e atira, delicadamente, em direção a alguém... O que você faria?
Bom, eu vivendo essa situação lá na mostra, posso te dizer que só fui capaz de sorrir e considerar aquela garota "a mais simpática do mundo".
Tá. Mas eu Esperava que ela viesse nos cumprimentar de perto. Não veio.
Depois a ficha caiu.
Vi que ela não era tão simpática assim, tão pouco aquela saudação. Às vezes, ser tonta assim me irrita tanto!!

Thursday, May 03, 2007

Sobre botas sujas de terra vermelha

Juvenar, juvenar vem tirar o leite. São 6hs da manhã....

Nunca pensei que fosse acordar com mugidos de vaca às 6hs da madruga. Nunca pensei que fosse abrir a porta do quarto e dar de cara com um pasto (dormimos numa fazenda).Nunca pensei que fosse acordar assim e gostar. E nunca pensei que fosse ver tanto canavial, que fosse passar a mão em cavalos, vacas, boizinhos lindos.

Eu que nasci e passei parte da minha vida em São Paulo, achava que o contato maior que teria com esse meio rural seria ver umas galinhas nas chácaras de Sumaré. Mas acontece que passei os últimos dias na Agrishow, uma feira internacional de agronegócios que acontece anualmente na cidade de Ribeirão Preto. A Apta, lugar que eu trabalho participa desta feira.

Ribeirão é uma cidade linda, uma cidade média como outra qualquer, mas com um diferencial. Ela cheira a cana-de-açúcar. Aliás, eu nunca vi tanta cana-de-açúcar na minha vida. Adorei a cidade e moraria lá, sem nenhum problema!... Tudo bem que eu teria que viver passando filtro solar fator 497 e teria que agüentar aquela poeira de terra vermelha.... Mas mesmo assim, moraria lá felizona!!

E foram três dias de pleno aprendizado. Em primeiro lugar, porque minha chefe me deu uma aula prática de Assessoria de Imprensa que deixou as aulas da Ciça no chinelo. Aprendi também que uma boa sala de imprensa dá regalias como ar condicionado, computadores, comidinha, petiscos, telefone e uma série de agrados para os jornalistas.

Fora que aprendi que a vaca é o animal que tem o melhor hálito do mundo, porque ela é herbívora. Também aprendi que se você não cuida do umbigo da vaquinha quando ela nasce, ela se desenvolve com um calombo. Como se tivesse o umbigo pra fora, sabe?

Ah, também aprendi que não se lava o filtro de café com detergente. Sabe aquele filtro de redinha de plástico transparente? Então rapaz, o diretor aqui da empresa disse que não se deve lavar aquilo com sabão porque pode influenciar no gosto do café que depois alguém possa fazer. Eu não sabia.

Não sabia também que Marrã é o nome dado pra porcas que não deram cria, que tem uma raça de gado chamada Gir e Jersey e que o filhote de boi é garrote, uma coisa assim..eu acho. Coisas da roça. Eu gostei de mergulhar, temporariamente....

Múuuuu....

Monday, April 23, 2007

Sobre a "comilância" da Menina de lah

AMENdoim
Esse final de semana, o "meu menino" teve a coragem de pagar R$7,59 em um saco de meio Kg de amendoim Japonês. Ele, como eu, é um apreciador da iguaria viaciante. E ele, como eu, está tentando parar com esse vício.

Eu estou melhor. No ano passado era sagrado a compra de, ao menos, um pacotinho de 50 centavos de amendoim Mendorato por dia. Lembro que a Renatinha, conhecedora do meu vício, tentava me controlar dando a sugestão de comprar outra coisa, ou até mesmo dizendo pra eu não comprar.

Era irresistível. Sempre surgia uma moedinha redondinha, com um belo 50 prateado. Brilhando, gritando para que eu comprasse aquelas bolinhas salgadinhas e crocantes. Eu sacava a moeda do bolso e corria na mulher da pipoca, na lanchonete, na doceria, no Tonhão, na casa de lanches naturais, procurava o local que tinha a menor fila e adiquiria o pacotinho.

E mais, eu tinha outro acompanhante além do "meu menino". O Dinho sempre estava disposto a dividir ou até me presentear com um saquinho de amendoim. Hoje, com a distância, quando nos encontramos celebramos a velha amizade com um pacotinho de Mendorato. Ai, que beleza.

Talvez o período de menina-de-lah-devoradora-de-amendoins esteja voltando. Tudo me instiga para....
Semana passada comprei um pacotinho quando fui ao cinema com o menino. E dias desses, até escutei a Renatinha dizendo que estava louquinha por um amendoim. E agora, tem um sacão de 500 gramas de Mendorato está lá no quarto do meu namorado. O pior é que só vou vê-lo na quinta-feira. Será que o amendoim dura até lá? Sendo ele um viciado, eu duvido (viciada eu?!).
Ai, eu quero amendoin.
Imagens:
Amendoim Mendorato 1Kg!!!
Charlie Brown " O Minduim"

Sobre a minha capacidade de ser toltalmente transparente

O Mensageiro
Aquele ônibus 3.29 pedia a ruguinha típica no meu queixo. Aquela que teima aparecer logo abaixo do lábio anunciando que meus olhos irão receber como visita um líquido transparente e salgado.
Quem veio me visitar? Ah, era o mensageiro do coração. Veio com um recadinho de que aquele que pulsa musicalmente, de acordo com o rítmo da vida, pedia trégua. O tal líquido se mostrava insistente, desavergonhado e quente. Quase na temperatura do sol que queimava meu rosto na janela.
Ah, aquele responsável em enviar o líquido vermelho pelo meu corpo, estava cansado, indignado com a falta de tempo, com a incompreensão, com as cobranças, com a dor em todo o corpo, com falta de reconhecimento, com a infecção, com a mesquinharia, com os más vibrações, com a humilhação, com a falta de compreensão dele próprio com o mundo. Estaria ele errado? Estaria correndo na direção contrária?
Ele queria parar um segundo. Um segundo que durasse horas e horas, de modo que ele levitasse, meditasse, se desprendesse de todo esse peso. Ele queria parar, com o direito de voltar, sem más consequências.
Alguns minutos durou esse recado.
Sequei os olhos, levantei a cabeça. Dei o sinal para descer.
O coração está bem, está melhor. Foi a última coisa que o mensageiro disse.

Monday, April 09, 2007

Sobre ser uma paulistana totalmente parcial

Inocência
Sou suspeita pra comentar sobre o espetáculo teatral "Inocência", sobre os atores, sobre o texto, sobre a Compania de Teatro "Os Satyros", sobre a praça Roosevelt, sobre a magia do lugar. Sobre o pobre, nobre personagem Fadul.
Encantador.
Eu amo São Paulo, mesmo com mais de uma hora e meia da congestionamento. Amo aquela garoa fria.
Ah..sou suspeita pra falar disso também.
Quem puder, comprove. Veja o espetáculo e, quem sabe, ame minha cidade.

Thursday, March 29, 2007

Sobre o Tempo...

A rapidez em que passam os segundos me pressionam, "comprimem-me".
Perco centímetros de altura.
Mas a possibilidade que essa rapidez aumente, me instiga.
Penso querer ficar mais comprimida.
Quero a calmaria.
[Mas não resito. A agitação, a velocidade me seduz]
Imagem:Andrea Costas (Este ensaio vale a pena)

Wednesday, March 28, 2007

Sobre a minha capacidade de ver com os olhos, ouvidos e nariz

Eu, uma A.E. (aluna especial)
Unicamp, Instituto de Artes, barracão de Artes Cênicas. Um prédio muito diferente se comparado com com o belo edifício espelhado do Instiuto de Química. Por lá, tudo é simples, improvisado, encantador.
Por fora, mais um prédio da Unicamp, com as típicas bicicletas dos alunos que se recostam por todo o campus.Por dentro? Um emaranhado de informações, situações, sentimentos.Por entre os corredores-labirintos-estreitos do barracão avisto um pessoal que esperava alguma aula.
Cabeludos, cabeludas de saias indiana,garrafinhas de águas, bichos-grilos de todo tipo. Sempre achei o povo do IA mais colorido, mais cheio de vida. Eram rostos conhecidos de festas, lugares que eu frequento.Me sinto em casa.
O lugar é rico.Sons, sons e mais sons. Delícia. A cada porta, janela, um som diferente chegava aos meus ouvidos.O barulho de pés que ritmavam em uma espécie de tablado. Som de algum instrumento de sopro. Alunos que correm, brincam, ensaiam...não sei. Correm um átras do outro. Risadas, gargalhadas e sorrisos por quem passa por mim.Gritos.Uma "menina-mendiga" mendiga ao sair de uma sala.Um menino-faxineiro empurra um carrinho de supermercado (seria um aluno?). Demais.
Na minha sala, pessoas interessantes que, apesar da minha falta de conhecimento no assunto da aula, me acolhem. São artistas, de alguma forma eles são artistas. E eu sempre achei que os verdadeiros artistas são assim. Acolhem.
Acolhem como me acolheram os significantes e signficados contidos naquele barracão improvidado e embalado pelo ar tranquilo ecoado pelas árvores e bicicletas recostadas esperando que algum aluno a busque.
Com certeza ali, estou tendo muito mais que meras aulas.
Imagem:Cleide Elizeu. Unicamp-Barracão das Artes Cenicas-IA, 2007

Monday, March 19, 2007

"Venezuela, donde estas?...

...Não sei porque nessas esquinas vejo o seu olhar"
Desci as escadas do atellier da minha mãe, pensando somente no barulho que meu estômago fazia. Rua Gal. Osório. Eu sabia que logo à frente, tinha uma barraquinha de Hot Dog que poderia acabar com a sinfônia do meu estômago. Estômago que só tinha sido abastecido às 6 da madruga daquele sábado.
Avenida Francisco Glicério.Olhei para a barraquinha e lembrei que aquele cachoro quente não era do melhores."Que cante o meu estômago", pensei. O sinal abriu pros pedestres, prossegui.
Na outra esquina, uma outra dúvida. Sigo a General Osório, ou viro à direita, na Francisco Glicério? Olhei para os dois lados (lembrei que não ía encontrar nada legal pra comer na Gal. mesmo), sem saber o porquê, segui a Glicério.
Normal. Passos nem rápido, nem lento. Nem grandes, nem pequenos.Nada me incomodava. Nem o fato de estar descabelada, desarrumada, sem nem um batonzinho nos lábios, nada. Arrastava os chinelos pra que meu corpo se arrastasse até minha casa. Naquela tarde quente, que se não fosse os problemas que teimavam em matelar minha caixola, seria agradabilíssima.
Meu olhar se guiava às imagens que apontavam o meu nariz, desprezando os pedestres, as buzinhas dos carros, o som das lojas, o cheiro dos restaurantes e toda a poluição sonora típica do centro de Campinas.Mas, eis que algo me chama atenção.
Cabelos negros, cacheados, soltos, que moviam-se no ritmo daquela caminhada.Dois passos mais e percebo os traços finos, olhos, boca pequena, barba linda. Eu poderia desenhar o perfume que, com certeza, ele exalava . Aquele jeito tranquilo de andar.Quase flutuava.Ele sorriu surpreso.
Era mais uma de nossas coincidências. Aquele caminho, naquele horário, definitivamente não faz parte de nossa rotina.
Meu estômago parou de cantar. Até ele se aproximar, pude meditar. Consegui não pensar em nada.Somente sentir aquela criatura, que abriga e habita boa parte de mim, se aproximar e dizer as palavras que...poxa...indescritíveis.
A tarde mais gostosa. o princípio de um fim de semana delícioso.
Coincidências, surpresas...tô começando a gostar disso.
Imagens:
Título e subtítulo: Canção Noturna-Skank

Wednesday, March 14, 2007

Meu meio-dia (que na verdade se passa por volta das 16hs)

Respirar, ler, purificar
Dou sinal para o "3.32" rumo a PUC.
Sento-me e pego a minha chave.
Mini-bolsinha-chaveiro-lembrança-da-lara.
Desamarro o nozinho de couro.
Um pequeno papel.
Abro. Leio duas, talvez mil vezes.
"Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior"
"Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior"
Já é hora de descer.
Garoa fina, fria. Delícia.
Andar.
H04, seu Rey, menino toca violão, Jú canta.
Está tudo bem.
Eu estou bem, meu bem.
Imagem:Cleide Elizeu.Show O Teatro Mágico, 2006.

Tuesday, February 27, 2007

Folhas "Bunda-Mole"

Sobre como transformar uma simples folhinha num belo palavrão

Estudei numa pré-escola bem arborizada. O EMEI "Cornélio Pires" se encaixava perfeitamente numa coroa de árvores enormes e cheia de folhas, que faziam sombra nos escorregadores, gira-gira, gangorras e balanças coloridas. Teoricamente, estudei nesta escola por 2 anos.

Digo teoricamente, porque só assistia mesmo as aulas quando minha mãe conseguia vencer meu escândalo costumeiro frente ao portão da escolinha.Ela me convencia indo com um belo cinto na cintura. Mas às vezes, ela não conseguia me convencer. E eu nem apanhava.
Enfim, além das árvores, a escola possuia aquelas coisas que qualquer escolinha possui. A professora Roseli (a professora mais linda de todas), a minha gangorra preferida (era a vermelha), massinha de modelar, cantigas (As flores já não crescem mais...), e um pão com salsicha que eu detestava. E tinha mais uma coisa, a mais especial: as folhagens "Bunda mole". Sim, sabe aquelas folhas amarronzadas, grandes, que vemos com bastante frequência pelas ruas, parques (se você conseguiu pensar em alguma, pode ter certeza que é essa mesmo.Ela é bem comum). Pois bem, eu adorava pisar naquelas folhas quando as encontrava nas mediações da escola.Eu quase sempre acertava, escolhia uma bem crocantezinha para dar um belo pulo com os meus conguinhas vermelho.Creeeeck...Que delícia. O segredo era saber escolher, aquelas que ficavam nos cantos escuros, perto de poças d'água nem valiam à pena.
Na verdade eu acho que aquela folha não chama "Bunda Mole". ela deve ter um nome científico estranho como "nadegas Molis", ou coisa assim. Só aquele Hugo, um menino pestinha do jardim de infância, chamava a pobre folha de bunda, e mole. -Olha lá, ela pisou numa "bunda mole". Ele dizia e todos colocavam a mão na boca: -Ohhhh...ele falou um palavrão!! Eu tenho me lembrado muito deste palavrão: Bunda Mole. Em primeiro lugar, porque diaraimante piso em milhares de "bundas-moles" que a aparecem no caminho rumo ao trabalho. O meu trabalho é o antro de 'bundas-moles". Em segundo lugar, porque ando falando muito palavrão. E eles são feios, viu? Mas eu penso que são resultado de quatro anos de jornalismo e convivência com a minha amiga Renatinha. Normal, tende a piorar. Eu acho que nem sou tão mal educada, mal criada. A vida, o cotidiano, os problemas, as mentiras, a política, o hoje permite que certas palavras pulem da nossa boca, porra. A sociedade e nem as criancinhas não dizem mais "Oh" frente à um belo palavrão! Imagens: