Wednesday, August 13, 2008

Chen Tê ou Chui Ta?

A bondade é impossível, num mundo monitorado pelo egoísmo (li por aí)

A boa alma de Setsuan, de Bertold Brecht, conta a história de Chen Tê - prostituta moradora de Setsuan -, única pessoa da cidade a aceitar abrigar por uma noite os deuses que descem à Terra. Em retribuição à estadia, as divindades pagam Chen Tê que, com o dinheiro, consegue abrir uma tabacaria para se sustentar, largando a prostituição.

Temendo ser alvo de aproveitadores, a personagem se disfarça e adquire a identidade de Chui Ta, que se apresenta como primo da ex-prostituta. Assim, Chen Tê adquire uma personalidade oposta da sua. Enquanto que Chen Tê é incapaz de dizer não, sua versão masculina é um sujeito rígido com os negócios. Ele consegue afastar os miseráveis da cidade que vivem a lhe pedir favores.

Chen Tê se disfarça apenas para que os outros não façam mal à ela. Só quando está vestida de homem é que consegue impedir que os outros a enganem. (Baseado em texto da Revista Bravo).

PRECISO URGENTEMENTE ME TRANSFORMAR EM CHUI TA. MAIS UMA DESSAS DE LASCAR O CANO (COMO DIRIA O MEU PAI), EU NÃO AGUENTO (MESMO SE A MINHA VIDA TIVESSE SEMPRE O BOM HUMOR DE UMA PEÇA DE BRECHT)!

Monday, August 11, 2008

Congestionamento Militar

TPM. Viagem pílula pra São Paulo. Congestionamento? Acreditem, só esse daqui de Campinas.

Pouca paciência e muitos minutos perdidos atrás desse povo

Saturday, August 09, 2008

Pedaço de mim...

Essa semana descobri uma pasta na rede do meu trabalho. Músicas de um ex-funcionário.

-“Ah, ele deixou eu copiar as músicas e pra continuar na rede”, alertou Abigail.

Entre Black music nacional e internacional, pagode, sertanejo e até uma pasta intitulada “zoeira” que possuía curiosidades como canções do Tiririca e das Frenéticas, havia a discografia (ou parte) de Chico e Caetano. E lá, para mim, uma relíquia: O álbum “Chico Buarque- História da Música Popular Brasileira –Série Grandes Compositores”

Esse álbum, lançado em 1982, pela editora Abril, era uma espécie “LP revista”, que juntava o famoso bolachão e páginas com as letras e a história, comentários de cada canção. Um primor!

Meu pai tinha um exemplar da coleção. Chico Buarque. Lembro-me que era comum nas manhãs de domingo, depois de voltar da feira semanal, a disco ser colocado na vitrola. “Joga pedra na Geni” podia-se ouvir de longe. Meu pai apreciava cada música e fazia questão de contar o significado político de “Meu caro amigo”, ou desvendar o quem seria a tal Geni. E o zepelin? Ah, ele ajudava todas as canções virarem um filme na minha cabeça de criança.

Quando ouvi o tal álbum por entre os arquivos de MP3, naquela ordem e sequência que há tempo não ouvia, confesso: parei de trabalhar pra colocar os tais filminhos de criança na minha mente de 26. Voei.

Chico Buarque

História da Música Popular Brasileira

Série Grandes Compositores

Thursday, August 07, 2008

Uma casinha lá na Marambaia (mas sem praia)...

Imagine não precisar pegar ônibus, enfrentar engarrafamento, demorar horas pra chegar no trabalho. Imagine não precisar pagar aluguel. Imagine ter por perto um, dois, três, lagos pra pescar, campo pra jogar futebol, pista para caminhada (ou cooper), parquinho e escola para os filhos. Ah, imagine ter uma casa com varanda, janelas coloridas, sem muros (só se for de arbusto!), alguns vizinhos, cachorro preguiçoso, rede de balanço preguiçosa..

A vida é assim pra quem trabalha em uma das fazendas do lugar onde trabalho! Ah, você não vive sem uma cidade, um shopping por perto? Não há problemas. A fazenda, ou centro de automação, fica há cinco minutos de Jundiaí, cidade que possui como quintal as cidades de Campinas e São Paulo. De um lado Jundiaí, do outro mata Atlântica. Ah, tem mais! Você gosta de cinema, gosta mesmo? Então também seria perfeito pra você. Lá na fazenda, tem uma sala de cinema, sabia? Tem um projetor (empoeirado) 35mm. Fora as primaveras de todas as cores pela fazenda....

Tudo isso pra todos que trabalham lá, desde o trabalhador braçal, que trabalha no campo, até o diretor do centro de automação.

E quando chove, a tardinha, os meninos não tem medo, não cancelam o futebol. Jogam na chuva mesmo. E as mães suspiram ao verem seus filhos jogando. E elas reluzem o quanto é bom morar ali.

Quem não quer?

É mais ou menos assim.....

.....Quando chega o verão Eu sento na varanda Pego o meu violão E começo a cantar E o meu moreno que esta sempre bem disposto Senta ao meu lado e começa a cantar Quando chega a tarde Um bando de andorinhas Voa em revoada Fazendo Verão E lá na mata o Sabia gorgeia Linda melodia Pra alegrar meu coração As seis horas o sino da capela Toca as badaladas Da Avé Maria A lua nasce por detrás da serra Anunciando que acabou o dia! (Marambaia, Teresa Salgueiro)