Tuesday, February 27, 2007

Folhas "Bunda-Mole"

Sobre como transformar uma simples folhinha num belo palavrão

Estudei numa pré-escola bem arborizada. O EMEI "Cornélio Pires" se encaixava perfeitamente numa coroa de árvores enormes e cheia de folhas, que faziam sombra nos escorregadores, gira-gira, gangorras e balanças coloridas. Teoricamente, estudei nesta escola por 2 anos.

Digo teoricamente, porque só assistia mesmo as aulas quando minha mãe conseguia vencer meu escândalo costumeiro frente ao portão da escolinha.Ela me convencia indo com um belo cinto na cintura. Mas às vezes, ela não conseguia me convencer. E eu nem apanhava.
Enfim, além das árvores, a escola possuia aquelas coisas que qualquer escolinha possui. A professora Roseli (a professora mais linda de todas), a minha gangorra preferida (era a vermelha), massinha de modelar, cantigas (As flores já não crescem mais...), e um pão com salsicha que eu detestava. E tinha mais uma coisa, a mais especial: as folhagens "Bunda mole". Sim, sabe aquelas folhas amarronzadas, grandes, que vemos com bastante frequência pelas ruas, parques (se você conseguiu pensar em alguma, pode ter certeza que é essa mesmo.Ela é bem comum). Pois bem, eu adorava pisar naquelas folhas quando as encontrava nas mediações da escola.Eu quase sempre acertava, escolhia uma bem crocantezinha para dar um belo pulo com os meus conguinhas vermelho.Creeeeck...Que delícia. O segredo era saber escolher, aquelas que ficavam nos cantos escuros, perto de poças d'água nem valiam à pena.
Na verdade eu acho que aquela folha não chama "Bunda Mole". ela deve ter um nome científico estranho como "nadegas Molis", ou coisa assim. Só aquele Hugo, um menino pestinha do jardim de infância, chamava a pobre folha de bunda, e mole. -Olha lá, ela pisou numa "bunda mole". Ele dizia e todos colocavam a mão na boca: -Ohhhh...ele falou um palavrão!! Eu tenho me lembrado muito deste palavrão: Bunda Mole. Em primeiro lugar, porque diaraimante piso em milhares de "bundas-moles" que a aparecem no caminho rumo ao trabalho. O meu trabalho é o antro de 'bundas-moles". Em segundo lugar, porque ando falando muito palavrão. E eles são feios, viu? Mas eu penso que são resultado de quatro anos de jornalismo e convivência com a minha amiga Renatinha. Normal, tende a piorar. Eu acho que nem sou tão mal educada, mal criada. A vida, o cotidiano, os problemas, as mentiras, a política, o hoje permite que certas palavras pulem da nossa boca, porra. A sociedade e nem as criancinhas não dizem mais "Oh" frente à um belo palavrão! Imagens:

Saturday, February 17, 2007

Arrasta a sandália....

Não se fazem sandálias como antigamente Indagações a fim de descobrir o problema das chinelas mordernas Essa semana, estava atravessando um a rua (ali na região do Castelo) e fui abordada por uma senhora que veio me questionar:
-Por favor, você sabe onde fica a Loja X (não lembro o nome)? É uma loja de sapatos. Respondi que não sabia. Então, a mulher se lamentou: -Olha, eu tava atravessando a outra rua e minha sandália arrebentou. Minha sandália não, a da minha irmã. Tinha pego emprestado. E assim percebi que a mulher arrastava o pé direito, numa tentativa de que o solado da sandália não saísse de seu pé. Seria uma forma de fazer com que o peito do pé daquela jovem senhora, não torrasse no asfalto sujo e quente das ruas de Campinas. Assim, terminamos de atravessar a rua e minha caxola se incomodou com o fato de as sandálias arrebentarem em demasia ultimamente. Semana passada, a minha irmazinha pegou uma rasteirinha emprestada e saiu.Ela ía se encontrar com a minha irmã mais velha, mas acabou se perdendo no centro da cidade. Para se localizar, ela ligou aqui em casa. Papo vem, papo vai e, minha irmã, enquanto atravessava a rua, indagou:
-Ai, eu não acredito!!
E a história se repetia, agora na Campos Salles. A coitada estava atravessando a rua e a sandália arrebentou. Eu não me aguentava de tanto rir....hauahua...Mas enfim, a Kamilla, sentou na calçada da Auto Escola Catedral e teve que esperar minha outra irmã buscá-la. Ela ganhou uma sandália nova. E eu fiquei sem a minha rasteirinha. E para fechar a história na Revista Metropole, publicada no jornal Correio Popular do domingo passado, a coluna da Sheila Roseli continha a mesma história. A jornalista teve sua sandália quebrada no meio da rua. Qual será o problema dessas sandálias modernas? Será que a cola usada não cola tão bem quanto a cola de antigamente? Será que os fabricantes de sandálias estão fazendo um complô para que quebremos nossas sandálias periodicamente, para que compremos as novas sandálias da Ivete Sangalo?Será que eles não sabem que a grande maioria das mulheres adoram ter diversos pares de sapatos diferentes e, por isso, não deixarão de comprar os lançamentos? Meu deus, onde estão os fabricantes daquelas sandálias Ortopé, de couro marron, que usavamos quando eramos pequenos? Alguem se recorda de alguma criança as tiras das suas sandálias horrendas quebradas no meio da rua? Eu não me lembro. E confesso, ando com receio de arrastar minhas sandálias por aí... Imagens: http://www.transoxiana.org/0104/Images/sandalias1.jpg http://www.beautyfashion.hpg.ig.com.br/chinelo.gif

Monday, February 05, 2007

Visões de Madame Esperancinha..

Capricórnio Você sabe que começou uma era em que sua alma terá de, novamente, depositar confiança nos relacionamentos humanos, mas ante isso ressuscitam os medos de outrora, resultantes das traições e mentiras que aconteceram.(Horóscopo-Oscar Quiroga.Correio Popular).
Não sou de acreditar muito nisso, mas quem me conhece tem que concordar que caiu como uma luva, não é?

Sunday, February 04, 2007

Tum, tum, tum...

American Music Awards
Versos pobres e picantes, poses sensuais e balançar a bundinha. Tendência mundial.[Sinal da cruz, três vezes]. Ontem à noite, tive o desprazer de acompanhar a entrega anual do prêmio American Music Awards (AMA), que destaca os "melhores" músicos norte-americanos. Criado em 1973 pela emissora da ABC, pertencente ao grupo Disney, os premiados são escolhidos com base em pesquisas feita diretamente com o publico.
Historinhas à parte, posso dizer que fiquei "boquiaberta" com o espetáculo que, só para situar os abençoados que não puderam ver, teve como alguns de seus apresentadores a "cantora" Britney Spears e a... ela é...a Paris Hilton (o que ela faz mesmo?). Luzes, trajes de gosto duvidosos e efeitos magníficos, como o ventilador que fazia com que as madeixas brilhantes e "totalmente naturais" das cantoras esvoaçassem, foram parte do circo que tentavam fazer daquela apresentação, de fato, uma apresentação.
Os "sucessos" do momento estavam ali. Beyoncé, Snoopy Dogg, Nelly Furtado, The Pussycats Dolls e mais um tantão de cantores que, creio eu, vendem CD pra caramba e fazem a Indústria Cultural lucrar muito. Nomes que, claro, também são bem conhecidos por aqui.
Não costumo escutar esses cantores, grupos e por isso não conhecia as letras e as performances apresentadas por eles. Basicamente, um misto de batidas de rap com letras que falam de sexo (com muito pouco conteúdo) e coreografias bizarras. Surpresa atrás de surpresas.
Sem querer ser moralista, penso no publico que escuta tudo isso. A sociedade americana é regada de conceitos aos quais cultuam o ser o melhor e desprezar totalmente os que não são tão bons. Pensei nas escolas e nos valores que essa cultura, das músicas, remete. E o pior, tendência lá, logo tendência aqui. Como já é.
Eu, ingenuamente, pensava que o funk carioca fosse um movimento que obteve sucesso com "pernas próprias", mas não é. Claro, nos EUA não há bailes funks, nem Tatis, porém a tendência da sexualidade e sensualidade exacerbada nas músicas está presente.Ela é a bola da vez, é o que faz a indústria cultural mundial lucrar. Triste, preocupante e perigoso.
Ah, a única coisa que salvou a noite foi o vídeo da banda Het Hot Chilli Pepers, no qual agradeciam comicamente o prêmio conquistado com um discurso clichê, em forma de rap. Só mais uma coisa, gosto de rap, funk (dos anos 70) e prefiro mil vezes a música brasileira. Imagem:The Pussycats Dolls-Divulgação

Saturday, February 03, 2007

7ª Arte

Little Miss Sunshine
-Conhece Marcel Proust? -O cara que você ensina?
-Sim, escritor Francês.Um perdedor total. Nunca teve um emprego de verdade. Teve amores não correspondidos. Gay. Passou vinte anos escrevendo um livro que quase ninguém leu. Mas ele deve ser, provavelmente, o melhor escritor desde Shakespeare.
Enfim, ele chegou ao fim de sua vida, olhou pro passado e se deu conta que todos aqueles anos em que sofreu foram os melhores da vida dele, pois mostraram à ele quem ele era.
Todos os ano que em que era feliz? Sabe, total disperdício.Não aprendeu nada.....
Little Miss Sunshine, EUA.2006.
Direção:Jonathan Dayton e Valerie Faris Fotos:Divulgação.