
As imagens de stickers encontradas pelas ruas são variadas. Os desenhos são escolhidos livremente, de acordo com a mensagem que o autor queira informar e, muitas vezes, acabam se transformando na identificação do autor dentro do movimento dos stickers. “A minha intenção era fazer sticker de mulheres que são personalidades na militância feminista, aí comecei com a Angela Davis.Ela é referência no feminismo e tem uma grande história de vida que muita gente não conhece”, diz Fernanda que também é pesquisadora do movimento Hip-Hop e de rádios comunitárias.

Os locais escolhidos para se fazer as colagens são os que possuem maior circulação de pessoas, por isso é comum encontrar os adesivos em ruas como Francisco Glicério, Orosimbo Maia e nas proximidades da prefeitura e do centro de convivência da cidade de Campinas. “Escolhemos estas ru
as porque queremos chamar a atenção. Não há problemas se alguém vá e arranque o adesivo, por que fomos notados. A pessoa questionará do que se trata aquilo”, afirma Sapuhh.

Tanto a antropóloga quanto o estudante contam que nunca tiveram problemas quando estavam fazendo as colagens e dizem fixar seus trabalhos em locais das placas que não venham a interferir a sinalização. “Eu colo a maioria atrás das placas ou em alguma parte que não interfira na mensagem dela, não atrapalhe a sinalização. Não adianta agente quere passa uma mensagem atrapalhando outra”, conta Sapuhh que gosta de fazer seus trabalhos com imagens que alertem contra o preconceito.
A prática do Sticker foi iniciada em 1989, pelo designer gráfico americano Shepard Fairey que criou o sticker “Obey o Giant”, disseminado com ajuda de amigos que colaram o stick por todo o país. Os stickers “Obey” se tornaram ícone de um movimento de protesto contra o poder político e o consumismo da sociedade atual e estão presentes em diversas galerias e ruas do mundo.
Legendas
Primeira e segunda imagem: Cleide Elizeu
Terceira imagem: Arquivo Sapuhh.
Ilustração: domínio "Obey"
Texto produzido para o "Jornal Saiba +" PUC-Campinas,2006.