Ela, a alma, só almejava uma coisa. Aquilo que mais gostava de fazer no intervalo maior entre as aulas. Deitar no palco daquele lugar que ela costumava chamar de "arquibancada grega". Era um deitar diferente, porque ela precisava manter os pés bem firme no chão, pra que aqueles raios de sol que surgiam por entre a copas das árvores não dividisse, dispersasse o pensamento. Deitar, fincar os pés no chão e entender a maneira correta de viver(ou a menos errada). Aquela maneira que fizesse com que as pessoas que por algum momento foram atrizes e atores principais no palco da vida dela aceite que hoje, elas tem um papel de menor presença e que isso não significa menos importante ou menos especial. Como conseguir mostrar e escutar delas, tudo o que estão aprendendo e o que estão ensinando, se pode-se sentir a mágoa (se é que é esse o nome desse sentimento pesado) da distância que enche de neblina um sorriso, um abraço. Como fazer com que toda a alegria em reencontrar essas pessoas, não fique engasgada.
Mas amanhã é segunda-feira. Dia que ela pode deitar na tal arquibancada grega, aquecer as ideias. Tudo ficará bem. Tudo ficará bem.
"Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós".Antoine de Saint-Exupéry
Isso é o que acontece quando as crianças que acham que o leite vem da caixinha e que a água nasce da torneira, encontram as galinhas d'angola do Parque da Água Branca(SP).
Sexta, sábado e domingo trabalhando em São Paulo, em evento de comemoração do aniversário de 80 anos do Parque da Água Branca. Eis que entre os homenageados está um dos primeiros diretores do parque. Um senhorzinho (não lembro o nome!), de 92 anos que afirmou algo que teimo em dizer que não me atingiu.
Não é porque esqueci o nome de um daqueles corações lindos com sotaque de Santos, que passam rapidamente pela nossa vida e que estamos sem encontrar há quase 3 anos, que vou dizer que sofro do tal mal. Não vou.
"Hoje em dia, as pessoas sofrem do mal do esquecimento. Eu vejo aqui no parque amigos que fiz ao longo da vida. Lembro do nome de cada um. Desse mal eu não sofro"
Jornalista.
Ambidestra, não sabe diferenciar esquerda e direita.Também não sabe nadar.Adora música, principalmente balançar a saia ao som de um batuque de maracatu. Também gosta de dormir muito, do cheiro de chuva, de sândalo e de andar descalça.
Sonhadora, acha que o mundo ainda tem jeito.
Observadora, tenta ver o que poucos enxergam.Isso a faz viajar!!
A pobre acha que analisa muito antes de se abrir!! Mas é engraçado como rapidinho conclui que todas as pessoas do mundo são maravilhosas.E rapidinho [e quase sempre] se engana.Mas ela diz que está tentando aprender.Difícil..Êta menininha teimosa!!...